Dandara Monalisa Mariz Bezerra, Helder Farias Pereira de Araujo, Rômulo Romeu Nóbrega Alves
Tropical Conservation Science 5 (1), 50-66, (19 March 2012) https://doi.org/10.1177/194008291200500106
KEYWORDS: atividade cinegética, caça, etnoornitologia, semiárido, ornitofauna
A captura de aves silvestres é uma prática bastante comum no Nordeste brasileiro e envolve diversas técnicas de caça, as quais são adotadas conforme o tipo de espécie e a finalidade a que se destina o animal captuado. Esta pesquisa buscou caracterizar as técnicas de captura de aves utilizadas por populações urbano-rurais na região do Seridó Ocidental, no Estado do Rio Grande do Norte. A área de estudo englobou os municípios de Caicó, São João do Sabugi, Serra Negra do Norte, Timbaúba dos Batistas. As informações foram obtidas entre os meses de setembro de 2009 e março de 2010 através de entrevistas semiestruturadas aplicadas a 120 moradores locais que utilizavam ou interagiam com aves silvestres de alguma forma. Foram identificadas 11 técnicas de captura: “assaprã”, “manual”, “visgo”, “arapuca”, “arremedo”, “espera”, “fôjo”, “sangra”, “rede”, caça ativa noturna e caça com cachorros. O assaprã, a espera e a manual foram as técnicas mais disseminadas na área de estudo, apresentando, respectivamente, 76, 43 e 39 citações. Os sertanejos detêm um conjunto de informações relacionadas às aves, tais como habitat, alimentação, período do ano e técnicas apropriadas para a captura, que são de suma importância para o sucesso na atividade cinegética. Assim, o conhecimento dos diferentes tipos de técnicas de captura é importante para definir quais as melhores estratégias poderão ser adotadas pelos órgãos ambientais, de modo a garantir tanto a sobrevivência das espécies utilizadas quanto das comunidades que delas dependem.